"Sou eu que começo ou é você que começa? [...] Sou eu que começo! [...] E eu começo como? Eu vou falando por ordem cronológica ou o que me vier na cabeça?"
(Mercedes, personagem de Lília Cabral - Divã, 2009)

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Tempestade

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Difícil encontrar alguém que goste de ser pego por uma tempestado no meio da rua, sem nada para se proteger. Nenhum guarda-chuva, sem toldos, marquizes, nada!


Thereza levava uma pasta de papéis recém impressos quando a tempestade caiu. O céu já estava cinza desde cedo, mas na pressa saiu de casa sem o guarda-chuva e quando as primeiras gotas tocavam seu braço ela resmungava tentando proteger os documentos debaixo da blusa: "Ô céus! Era hora?".


Tentava correr o mais depressa que podia com aquela sandália alta, que molhada fazia seu pé escorregar. Olhava ao redor em busca de alguém que pudesse lhe abrigar em seu guarda-chuva até o toldo mais próximo, mas parece que o mundo todo se precaveu da chuva, menos ela.


Esse sentimento de que todos estavam protegidos, exceto Thereza, a arrepiava. Sentia-se boba e desligada, e mesmo que fosse verdade, ela detestava assumir tal fraqueza. A chuva aumentava, podia-se ouvir os trovões e avistar o clarão dos raios. Estava dando medo e os papéis iam se desmanchar naquela aguaceira toda!


Então ela sentiu a chuva diminuir um pouco e seu reflexo percebeu que alguém havia estendido um guarda-chuva sob sua cabeça. Virou o rosto.


- Ufa... Obrigada, moço!
- ... [sorriso]
- Onde você estava? Procuro alguém desde lá de baixo.
- ...
- Moço, você fala?
- [riso] uhum!
- Ah, me desculpe te atolar de perguntar em meio esse temporal.
- Não tem problema...
- Então, você estava onde?
- ...
- Chuva forte, né?
- é...


Logo a frente um ponto comercial abrigava outros desprevenidos. Todos na porta, olhando aquela chuva limpar o dia. Thereza sabia que ali seria o ponto mais próximo onde podia esperar, mas algo não a permitia deixar o rapaz seguir sozinho. O silêncio dele incomodava e o braço que contornava sua cintura era firme e acolhedor.


Sua admiração pelos romances e contos, fazia pensar que um dia sua vida poderia ser transformado em um e, facilmente, se envolvia com desconhecidos alimentada pela doce ilusão.


Recostou sua cabeça no ombro dele. Ouviu o som de um riso contido. "Ele gostou..." - pensava Thereza enquanto acompanhava os passos rápidos do rapaz, que claramente gostaria de fugir daquela chuva.


Perto do ponto comercial ele reduziu os passos e:


- Tá entregue, moça?
- [sem jeito] Claro, hãm... Obrigada. Seu nome?
- ... [risos]
- Bom, você salvou uma Thereza e uns (contou os papéis) cinco documentos muito importantes. Obrigada!
- hum...[supiro]. Bom dia para a senhora!

Envergonhada, Thereza se sentia invasiva demais. Sua imaginação sempre a deixava em situações constrangedoras. Aqueles minutos tão curtos já fizera pensar em um grande amor, em uma história de filme, um provável best seller, mas uma coisa é certa:


"As vezes as pessoas passam pela nossa vida, somente para nos salvar de uma tempestade."

19 pessoas quiseram falar também!:

Anônimo,  15 dezembro, 2008  

Nooossa!!!
Que texto mais que perfeito!!!
Eu fui acompanhar Thereza e estou aqui toda molhada com essa chuva e sentindo o braço forte e aconlhedor dessa pessoa que chegou do nada para tirá-la desse temporal.

Tempestades sempre vêm quando menos esperamos, vem sem avisar e nos encontramos desabrigado de tudo e de todos... Mas em meio a tuburlência sempre tem alguém que nos salva. Pessoas que seguram em nossas mãos, nos coloca no colo e pronto!! Aparecem do nada, nos completa com um sorriso e nos tira daquela chuva toda.

Lindo, lindo e lindo!!!!
Thereza sempre Thereza!!!

Beijos, Marii!!!!

Anônimo,  15 dezembro, 2008  

texto bonito Mary... tb imaginei q ela ficava com ele no fim haiuhauiahuaihauiahuiahauihauiahaiuah

beijos

Zé do Cão 15 dezembro, 2008  

Mariana, minha amiga.

Apresento os meus votos de Boas Festas e Santo Natal.

K.Simoni 15 dezembro, 2008  

Nossa Mari, meeeeu Deus que texto mais lindo, me senti lendo um livro daqueles que voce quer saber logo o que acontece no fim!! Amei, parabens!! Bjs

Carol 16 dezembro, 2008  

ahhhh...e ele foi embora e deixou ela? ahhh... eu tbm tava imaginando q eles iriam ficar juntos, rsrsrs...
Adorei!
Bjos!

Tangerina 16 dezembro, 2008  

Meuuu que surreal...
Bem que ele podia ter dado o nome dele pra Thereza! *.*

Beijo Grande.

Camila M. Schuch 16 dezembro, 2008  

Ai, queria que eles ficassem juntos. Adorei, lindo, lindo...

Beeijos

Anônimo,  16 dezembro, 2008  

texto lindo! amei mesmo! Eu tb imaginei que ela ficaria com ele no final!

tem presentinho pra vc lá no meu blog mary! passa lá depois! :D

Ciça. 16 dezembro, 2008  

Ai! Como eu gosto das histórias da Thereza!
Mas acho que sempre temos uma imaginação fértil, né?


:*

Camila 16 dezembro, 2008  

eu keriia tomar uma tempestade hehee só q acabar como essa historia tbm neh!mas vendo pelo lado bom chuva eh semrpe perfeita!eeu semrpe levo pelo lado positivo UHAHAHUAHU, sempre da certo.

bejoos

Alessandra Castro 16 dezembro, 2008  

Uma fofura. Mas tenho que dizer que adoro pegar chuva desprevinida. E provavelmente perderia a delicia de uma incerteza assim.

Nathália E. 17 dezembro, 2008  

Ele tá mais pra um anjo do que pra uma pessoa.
Cheio dos mistérios.

Beijo!

Marco Antonio Araujo 17 dezembro, 2008  

Adorei a história, de verdade.

Sonhadora ela...

Flavia Melissa 18 dezembro, 2008  

amiga, eu AMO a Thereza e sou igual a ela! juro!

Sueli Maia (Mai) 19 dezembro, 2008  

Olá, Mariana.

Eu tenho dito a amigos que, a cada dia me encanta, ainda mais, a beleza da poesia e dos poetas de hoje em dia.
E isto me faz mais feliz, a medida em que percebo luz e esperança.
Porque, quem escreve como tu, faz a diferença entre a não esperança e o novo dia que nascerá.
Tereza anda na chuva, mas amanhã, fará sol!
És linda, Mariana.

Feliz natal!

Youko Watanabe 21 dezembro, 2008  

Gostei muito da história..
Eu li uma vez, um livro.. que as vezes conhecemos pessoas m lugares inusitados, fila de onibus, padaria.. etc, e que essas pessoas partem muito rapidamente.. Ao inves de lamentarmos a perda.. deveriamos valorizar ter conhecido a pessoa.. e o que vivemos.

As vezes as pessoas passam pela nossa vida, somente para nos salvar de uma tempestade...gostei!
beijos

Narradora 21 dezembro, 2008  

Bonito o texto.
Às vezes a gente só precisa disso mesmo, alguém que nos tire da tempestade.
Bjs

Natália Mylonas 21 dezembro, 2008  

E eu imaginando q eles iam ter um romance digno de novela !

='(

Beijos!

:) 14 janeiro, 2009  

Por várias vezes o moço de Thereza passou por mim...e por mais que tenham aparecido apenas para me salvar de um tempestade, ganharam um espaço no meu coração...

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