Incômodo
domingo, 18 de janeiro de 2009
"Foi alguma coisa que comi" - pensava Thereza ao sentir algo na barriga.
Acontece que ela não havia comido nada. Poderia ser isso, se o nada nesta frase significasse quantidade. Thereza sentia incomodos, algo na garganta também.
"Vai ver eu dormi demais ou só pode ser alguma coisa que eu comi" - era extremamente dificil se conformar que estava passando mal sabe-se lá por qual motivo.
Thereza adora ter motivos, gosta de dizer os porquês e quando isso lhe falta era se desespera. Tem quase certeza que perderá o controle. O que não é uma verdade, tampouco mentira. Thereza já esteve onde não queria estar por saber motivos demais mas, ela insiste em dizer que 'não', que foi a falta deles que a mandaram para lá.
Não importa o que foi que mandou ou deixou de mandá-la para onde não queria, o fato é que o incômodo permanecia e ela não sabia o porque. Resolveu sair. Foi ao cinema. Comprou um bilhete qualquer, um pacotinho de confeitos de chocolate e entrou em uma sala qualquer. Sequer lembrou de ler o letreiro indicativo do filme.
Escolheu uma poltrona qualquer. Não no fundo onde ela mais gostava, nem na frente onde ela dormia. E as luzes se apagaram.
Podia ser uma comédia porque Thereza ouviu risos. Podia ser um romance porque ouviu suspiros. Podia ser suspense ou terror, pois teve a clara impressão de que a moça da frente apertava as mãos do namorado. Porém saiu de lá com a convicção de ter visto um drama.
As luzes se acenderam e ela continuou sentada, como se o filme ainda estivesse na tela. Ela estava com os olhos vermelhos. Thereza chorou o filme todo. Suspirou, riu e chorou.
E sentada numa mesinha, vendo o movimento, Thereza passou a mão na barriga buscando o incômodo que tinha passado, tateou o pescoço tentando encontrar a dor na garganta. Não achou nada.
E se tinha sido algo que ela comeu que não lhe havia feito bem, certamente não era do gênero alimentício. E se ela tinha vomitado tudo, não foi nada nojento.
Ela jura ter sido o filme mais interessante que já viu, mas não se lembra sequer de uma cena.
13 pessoas quiseram falar também!:
Ah já fui como Thereza... precisava saber o pq de tudo.
E isso me deixava mais insana do que já estou.
Agora desisti, liguei o off, e pronto.
As coisas são como são, como devem ser.
Choro quando preciso, dou risada tb.
Me permito ao mal humor e assim a vida vai acontecendo...
bjs
É Thereza..
se cuida...não é bom ficar guardando coisas para si..
Mary..
te adoro!! =D
Acho que ela lavou a alma...
Tereza precisa de um psicólogo ou um Oscar.
Feliz por saber que tu és pernambucana.
;)
Thereza e seus dias sempre emocionantes... que a vida dela continue representando a vida de cada um de nós, que como seres humanos, sentimos, choramos e rimos, ás vezes sem mesmo entender os "porquês".
Hoje,
eu preciso das lágrimas de Thereza.
Beijos, Flor!!!!!!
*Thereza, sempre Thereza!!! =)
Thereza é como todas as mulheres. Se faz de forte...
Thereza existe?
Talvez Teresa tenha feito o que mais precisava. Passou umas duas horas olhando um pouquinho para ela mesma e para seus sentimentos. Se conhecendo melhor.
Beijos e parabéns pelo blog
Quase que eu fiz isso hj .
Fui no cinema pra desestressar e me distrair...
Mas quarta eu vou, sem falta !
Beijoos =)
Tereza deve ser dessas pessoas que precisam justificar pra si mesmas a razão de estarem vivas.
E quando se defrontam com vazios, criam um mundo paralelo onde não conseguem vislumbrar nem uma árvore sequer.
E se perdem nesses hiatos.
Felicidade
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