"Sou eu que começo ou é você que começa? [...] Sou eu que começo! [...] E eu começo como? Eu vou falando por ordem cronológica ou o que me vier na cabeça?"
(Mercedes, personagem de Lília Cabral - Divã, 2009)

O blog mudou no formato. Os textos mais recentes estão abaixo e podem ser lidos na íntegra clicando em Read more... no final de cada postagem.

O restante das postagens estão disponíveis nos links a esquerda. Utilize a ferramenta de busca ou as tags.

Fique a vontade. E volte sempre!

Incômodo

domingo, 18 de janeiro de 2009

"Foi alguma coisa que comi" - pensava Thereza ao sentir algo na barriga.


Acontece que ela não havia comido nada. Poderia ser isso, se o nada nesta frase significasse quantidade. Thereza sentia incomodos, algo na garganta também.

"Vai ver eu dormi demais ou só pode ser alguma coisa que eu comi" - era extremamente dificil se conformar que estava passando mal sabe-se lá por qual motivo.

Thereza adora ter motivos, gosta de dizer os porquês e quando isso lhe falta era se desespera. Tem quase certeza que perderá o controle. O que não é uma verdade, tampouco mentira. Thereza já esteve onde não queria estar por saber motivos demais mas, ela insiste em dizer que 'não', que foi a falta deles que a mandaram para lá.

Não importa o que foi que mandou ou deixou de mandá-la para onde não queria, o fato é que o incômodo permanecia e ela não sabia o porque. Resolveu sair. Foi ao cinema. Comprou um bilhete qualquer, um pacotinho de confeitos de chocolate e entrou em uma sala qualquer. Sequer lembrou de ler o letreiro indicativo do filme.

Escolheu uma poltrona qualquer. Não no fundo onde ela mais gostava, nem na frente onde ela dormia. E as luzes se apagaram.

Podia ser uma comédia porque Thereza ouviu risos. Podia ser um romance porque ouviu suspiros. Podia ser suspense ou terror, pois teve a clara impressão de que a moça da frente apertava as mãos do namorado. Porém saiu de lá com a convicção de ter visto um drama.

As luzes se acenderam e ela continuou sentada, como se o filme ainda estivesse na tela. Ela estava com os olhos vermelhos. Thereza chorou o filme todo. Suspirou, riu e chorou.

E sentada numa mesinha, vendo o movimento, Thereza passou a mão na barriga buscando o incômodo que tinha passado, tateou o pescoço tentando encontrar a dor na garganta. Não achou nada.

E se tinha sido algo que ela comeu que não lhe havia feito bem, certamente não era do gênero alimentício. E se ela tinha vomitado tudo, não foi nada nojento.

Ela jura ter sido o filme mais interessante que já viu, mas não se lembra sequer de uma cena.

13 pessoas quiseram falar também!:

Fabi 18 janeiro, 2009  

Ah já fui como Thereza... precisava saber o pq de tudo.
E isso me deixava mais insana do que já estou.
Agora desisti, liguei o off, e pronto.
As coisas são como são, como devem ser.
Choro quando preciso, dou risada tb.
Me permito ao mal humor e assim a vida vai acontecendo...

bjs

Unknown 18 janeiro, 2009  

É Thereza..

se cuida...não é bom ficar guardando coisas para si..

Mary..
te adoro!! =D

:) 18 janeiro, 2009  

Acho que ela lavou a alma...

Thi 19 janeiro, 2009  

Tereza precisa de um psicólogo ou um Oscar.

Anônimo,  19 janeiro, 2009  

Feliz por saber que tu és pernambucana.
;)

Anônimo,  19 janeiro, 2009  

Thereza e seus dias sempre emocionantes... que a vida dela continue representando a vida de cada um de nós, que como seres humanos, sentimos, choramos e rimos, ás vezes sem mesmo entender os "porquês".

Anônimo,  19 janeiro, 2009  

Hoje,
eu preciso das lágrimas de Thereza.

Beijos, Flor!!!!!!


*Thereza, sempre Thereza!!! =)

Anônimo,  19 janeiro, 2009  

Thereza é como todas as mulheres. Se faz de forte...

Welker 19 janeiro, 2009  

Thereza existe?

Da Silva 19 janeiro, 2009  

Talvez Teresa tenha feito o que mais precisava. Passou umas duas horas olhando um pouquinho para ela mesma e para seus sentimentos. Se conhecendo melhor.

Beijos e parabéns pelo blog

Natália Mylonas 20 janeiro, 2009  

Quase que eu fiz isso hj .
Fui no cinema pra desestressar e me distrair...
Mas quarta eu vou, sem falta !

Beijoos =)

Euzer Lopes 20 janeiro, 2009  

Tereza deve ser dessas pessoas que precisam justificar pra si mesmas a razão de estarem vivas.
E quando se defrontam com vazios, criam um mundo paralelo onde não conseguem vislumbrar nem uma árvore sequer.
E se perdem nesses hiatos.

Postar um comentário

Você também precisa falar? Comente...

Importante

Os textos postados neste blog são de minha autoria. Aqueles que não são, faço referência aos autores e/ou locais onde encontrei. Faça o mesmo e respeite: se copiar, credite.

Os comentários são abertos e o conteúdo dos mesmos não necessariamente expressa a opinião da autora.

Para parcerias e contatos profissionais utilize o formulário do 'Fale comigo'.

Fale comigo

Envie um e-mail diretamente para mim.


Seu nome:

E-Mail:

Mensagem:


Você é sempre bem vindo aqui! Volte sempre que quiser!

  © Blogger template The Professional Template II by Ourblogtemplates.com 2009

Back to TOP